Eu não ia trazer esse tópico aqui por ser um tópico mais pessoal, porém, em menos de 1 mês completo os sonhados e almejados 18 anos e a forma como pensei que minha vida estaria levemente encaminhada com essa idade, na verdade está um mar de confusão.
Eu acredito que todas nós, em algum momento da nossa adolescência, se passou pela cabeça que saíriamos de casa aos 18 anos, teríamos nossa casa/apartamento, estudaríamos na melhor faculdade ou que trabalharíamos na melhor empresa e ganhando um salário 10mil+ (a realidade é mais decepcionante do que imaginávamos🤭). Claro que, para alguns, isso realmente se aplica, porém, para outros, demora a ser ou nem chega ser uma realidade. Mas o ponto que quero trazer é a respeito da expectativa que colocamos na vida e como ela é quebrada, e isso soa tão engraçado que, mesmo que saibamos que a vida é imprevisível, sempre estamos criando cenários para o futuro que podem nunca acontecer (eu, por exemplo, crio a vida perfeita na minha cabeça que almejo ter quando completar 30 anos).
Eu sempre fui muito perdida, mesmo que eu passasse a confiança para o mundo, dentro da minha cabeça eu nunca tive certeza, nunca estive certa sobre mim mesma. Entretanto, a única coisa que tenho a convicção de estar certa, é sobre a moda, sobre o que quero fazer, ver, falar e ouvir pro “resto da minha vida” kkkkk. A moda sempre esteve na minha vida, das formas mais sutis possíveis. Meu filme favorito de quando eu era criança era Barbie Moda e Magia; sempre amei desenhar e pintar roupas para as minhas bonecas; adorava trocar e trocar e trocar mais vezes as roupas das minhas bonecas e principalmente da minha Polly (eu tinha uma coleção de roupinhas para ela kkkk) e eu amava assistir Esquadrão da Moda (sim, o do SBT kkkkk).
Mas eu só fui entender e perceber que era a moda meu “sentido de vida”, no primeiro ano do ensino médio, em uma feira de livros que tive acesso a um livro da história social da moda e desde então me apaixonei e me aprofundei em todo o universo fashion. E, apesar de eu me considerar a vida inteira uma pessoa perdida, eu nunca fui de fato perdida, eu só não tinha me descoberto, descoberto de fato o que eu queria fazer. Era como se eu tentasse diversos hobbys que eu via todo mundo fazendo, mas que na minha vez não se aplicava, eu não era feliz. Talvez o nosso senso de “estar perdida na vida” seja muito subjetivo. Talvez buscamos a nossa felicidade na felicidade do outro e, ao ponto de que não vamos nos identificando com tais coisas, sentimos que estamos perdidos.
Meu pai diz que sou sortuda por tomar consciência do que eu quero e do que gosto de fazer tão cedo, já que o mesmo só descobriu o que realmente o fazia feliz aos 50 anos, mas, sinceramente, hoje eu acredito que nunca é tarde para se redescubrir e fazer o que de fato gosta, contanto que nunca desperdicemos a nossa vida vivendo uma que nos faz totalmente infeliz.
O que eu quero concluir/refletir é que (agradeço muito a evolução da sociedade por isso) procurar por um emprego estável, que todo mundo faz, com a vida monótona, porém tranquila não te trará a paz, a felicidade e realização que o seu sonho te trará. Eu acho que pressão nós sempre vamos sentir, - mesmo que sejamos nós mesmos que nos pressione - mas o que vale, de verdade, é você ser feliz dentro daquilo que você tanho sonha e, que assim, você possa criar e correr atrás das suas expectativas pros 30 anos rs.
PS: Uma vez, uma querida colega minha de um curso disse para mim “que a moda te faça feliz” e eu achei tão simplória, mas tão linda, tão verdadeira e profunda que, independente da sua escolha, que ela te faça feliz!
Deixe a sua contribuição aqui embaixo com a sua história!!🥰
With love, Mari💞
Mari, li teu texto com aquele sorriso de quem se reconhece nos desvios.
A forma como você trouxe a pressão dos 18 com humor, leveza e profundidade é um presente pra quem também sente essa ansiedade de "chegar logo em algum lugar", mesmo sem saber exatamente onde.
É bonito perceber como a moda foi teu farol no meio dessa névoa.
Teu texto mostra que, às vezes, a gente não está tão perdido quanto pensa… só ainda não se viu inteiro, do nosso próprio jeito.
E quando a gente se vê, mesmo que só um pedaço, começa a fazer sentido o que parecia bagunça.
Você falou algo essencial: o tempo de se encontrar é único.
E que sorte a tua por já ter ouvido o chamado daquilo que te move.
Mas também que sabedoria a tua por entender que se redescobrir nunca tem prazo de validade, e que felicidade não mora em estabilidade genérica, mas na autenticidade do que nos faz vibrar.
Fico feliz de te encontrar nesse momento de transição e busca.
Se me permite o convite, escrevi recentemente dois textos que tocam esse tema do crescer, do tentar se encontrar e da ternura que a gente precisa ter com os próprios processos.
Talvez eles façam companhia pra esse sentimento que você tão lindamente compartilhou aqui:
📝 “Da adolescência aos 4O”
📝 “Rascunhos de mim”
https://alexlimad40.substack.com/p/da-adolescencia-aos-4o
https://alexlimad40.substack.com/p/rascunhos-de-mim
Mari, que a moda continue sendo teu lugar de alegria.
E que o caminho, mesmo quando parecer turvo, te leve sempre de volta pra ti.
Com carinho e escuta,🍂
Alex Lima
Silêncio Bonito